Depois que a banda de Bolsonaro passar...
- O histórico do ex-presidente dá margem para intuições e premonições.
Seria presunção usar da ilusória ideia de futurologia para dizer o que a passagem de Bolsonaro por Manaus pode provocar. Mas o histórico do ex-presidente dá margem para intuições e premonições. Bolsonaro não sabe unir. Tudo o que toca fragmenta. O risco é seu candidato a prefeito de Manaus, Alberto Neto, ficar menor e cair alguns degraus nas próximas pesquisas eleitorais.
O risco é o governador Wilson Lima, levado pelo voluntarismo, subir no palanque ao lado do ex-presidente e perder a ponte que alimenta o seu governo em Brasília.
Há risco, inclusive, dos eleitores se darem conta de que Bolsonaro, em quatro anos de governo conspirou contra o Amazonas, fez corpo mole em relação ao asfaltamento da BR 319 e aplicou sucessivos golpes contra a Zona Franca de Manaus.
A presença de Bolsonaro na cidade é ruim - para o governador Wilson Lima, que busca uma relação republicana com o governo Lula e para Alberto Neto, que vê no ex-presidente uma espécie de jangada pela qual pode evitar o naufrágio eleitoral. Mas é uma jangada feita de folhas e não de madeira e pode afundar.
Mas há um risco positivo: da expectativa dos bolsonaristas de um grande público carregando o ex-presidente nos braços se transformar num fiasco.
Dos pastores de igrejas transformadas em comitês políticos sofrerem uma rebelião, com os fieis finalmente se dando conta de que os sacerdotes, Caifás dos dias turbulentos que vivemos, colocam o diabo em muitas de suas pregações, e que Jesus é usado como medida de negócios; que é hora de acabar com a empáfia dos que descaradamente usam as igrejas para "trocas", assim como fez Jesus ao afastar os vendilhões que faziam do templo um grande mercado. É o que de bom pode acontecer com a visita do Bozo a Manaus, porque a parte ruim é previsível.
ASSUNTOS: Alberto Neto, Bolsonaro em Manaus, Igrejas, pastores, Wilson Lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.