Desejo de matar invade redes sociais
As redes sociais já eram um território sem lei antes da carnificina registrada nos presídios de Manaus. Mas pioraram muito nos últimos dias. Lá não se consegue separar gente boa de gente má. Todos incitam a violência. Do policial, que perdeu a noção de seu papel na sociedade e expõe um preso em vídeo onde claramente emite juízo de valor sobre sua culpa - ao cidadão comum, o homem de bem, confuso e contaminado pelo desejo de fazer justiça com as próprias mãos.
Dias difíceis estes, mas seguramente com as pessoas se revelando como de fato são: pequenas, mesquinhas, falsas, contraditórias, intolerantes, perdidas em si mesmas.
Pior é que se revelam tão semelhantes ao criminoso que degola um colega de cela, abre o tórax de sua vítima e arranca o coração. Ou o que se poderia dizer da grande maioria que aplaudiu as execuções nos presídios de Manaus?
Esse desejo de matar parece impregnado em toda a sociedade e leva a conflitos diversos - em casa, entre vizinhos, nas ruas. E nos presídios...
Essa violência é tão ou mais ameaçadora que as carnificinas ocorridas no Amazonas e Roraima, porque é desestruturante de uma sociedade já em crise. (RH)
DÉFICIT PRISIONAL
De acordo com números do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), serão necessários investimentos da ordem de R$ 10 bilhões caso o Governo Federal queira mesmo acabar com o déficit prisional no País. Os dados remontam a outubro de 2016 e foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal.
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O CNJ estima que cada nova vaga no sistema prisional custará de R$ 40 mil a R$ 50 mil aos cofres públicos. Outro problema é o tempo para a construção de cada presídio, que levaria a média de seis anos.
VANESSA REPARECE. E BEM
Desaparecida da mídia nas últimas semanas, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), foi a que mais esteve presente nas sessões legislativas entre os representantes do Amazonas no Congresso Nacional em 2016.
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Ela somou 85 presenças e seis faltas, contra ausências de Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (PMDB). Os números são do site Congresso em Foco.
ASSUNTOS: chacina, compaj, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.