Acabou a chantagem com Manaus. Intervenção nas empresas de ônibus era necessária
O prefeito Arthur Neto, que teve a coragem de intervir nas empresas, tem pela frente o desafio de vencer o conluio de empresários e sindicalistas que se alimentavam de paralisações para chantagear o poder público
Alimentados por generosos subsídios, os empresários não investiam na renovação da frota, mas engordavam suas contas pessoais. O resultado foi a intervenção - que pode não melhorar o sistema, mas elimina de imediato privilégios alimentados com dinheiro público. É um passo importante na direção de um modelo de transporte que respeite o cidadão e que impacte positivamente na saúde e na qualidade de vida da população.
A intervenção é uma medida extrema, mas necessária. Não traz soluções fáceis e imediatas. É um processo de recuperação de um setor vital para a vida do cidadão mais pobre, que depende desse meio de transporte.
O prefeito Arthur Neto, que teve a coragem de adotar a medida, tem pela frente o desafio de vencer o conluio de empresários e sindicalistas que se alimentavam de paralisações para emparedar o poder público.
Nunca sindicato de motoristas e empresários se utilizaram tanto de interesses comuns - de um lado o aumento da tarifa, de outro a reivindicação por reajustes salariais - para chantagear o município e atiçar a população em greves continuadas, com impacto na mobilidade urbana e amplamente explorada por políticos inescrupulosos, que não pensam na cidade, mas em se promoverem.
Agora é esperar para ver quem está com a cidade ou com o caos que empresários e sindicalistas sempre estão prontos a promover. Em ano pré-eleitoral, será fácil identificar essas cabeças...
ASSUNTOS: arthur virgilio neto, chantagem, greve, intervenção, Manaus, onibus, transporte público
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.