Ele incomoda e como incomoda...
- Plínio Valério faz uma oposição saudável, republicana ao governo Lula. Cabe críticas por parte daqueles que discordam dele, mas não essa tentativa canhestra de desqualificá-lo.
- Ainda que o tom crítico adotado pelo senador em relação ao governo Lula e ao Supremo não seja compreendido por aqueles que discordam de seus posicionamentos, ele tem legitimidade para promover e participar do debate público.
O senador Plínio Valério (PSDB-Am) não é uma figura apagada no Senado, como parte da mídia local o qualifica. Tem uma posição clara e ativa sobre o papel de um Congresso ávido por dinheiro - emendas parlamentares que mordem recursos fabulosos da União e cuja aplicação é duvidosa, ao tempo em que, por omissão ou descuido, permite que o Supremo Tribunal Federal legisle sobre eleições, aborto, uso da maconha e outras medidas que são atribuições exclusivas do Poder Legislativo
Plínio não tem criado notícias falsas, nem contribuído para esse clima de polarização tóxica que envolve País. O que ele defende de forma enfática é que o mandamento constitucional de que os poderes são harmônicos e independentes, ocorra na prática; que o Legislativo não abdique de suas atribuições, nem se rebaixe aos demais poderes.
Como oposição, tem o direito de ser contra tudo o que está aí. De denunciar que ladrões do erário, qualificados criminalmente a ponto de devolveram o dinheiro que admitiram ter sido roubado da União, agora são "inocentados" por decisão de um único ministro do STF - identificado durante a Operação Lava Jato pelo então diretor da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, como "o amigo, do amigo do meu pai", uma alusão às relações desse ministro com o então ex-presidente Lula da Silva.
Plínio faz uma oposição saudável, republicana ao governo Lula. Cabe críticas por parte daqueles que discordam dele, mas não cabe essa tentativa canhestra de desqualificá-lo.
Ele à direita do espectro político, Omar Aziz, ao Centro, são os senadores que melhor representam o Amazonas e os interesses do Brasil no Senado. Duvidar disso é não acompanhar o desempenho de cada um.
ASSUNTOS: Congresso Nacional, governo lula, Omaz Aziz, Plínio Valério, STF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.