Terminou a eleição, mas não a hostilidade da extrema direita, que sai derrotada. Não que se possa atribuir a esse grupo, que dividiu Manaus, todos os  fracassos. Ele conseguiu um feito inédito: transformar o candidato mais votado do Cidadania (no 1o turno) no seu maior cabo eleitoral. 

Se Amom Mandel se revelou uma marionete nessa atividade, sua cooptação expõe um poder extraordinário do bolsonarismo em arregimentar nascentes lideranças, envolvê-las, dissecá-las e em seguida jogar fora.

O que se discute agora e exige o apoio de todos,  é o futuro, sabidamente incerto de Manaus. De onde virão os recursos para tocar obras de infraestrutura, tão necessárias para reduzir os gargalos no trânsito? Ou a construção de novas escolas, creches, áreas de lazer? 

Espera-se que seja possível parcerias com o governo do Estado. É aí que as diferenças ideológicas ou não, precisam ser colocadas de lado. Manaus concentra não apenas a maior parte da população do estado, mas também do eleitorado, que começa a cobrar contrapartidas pelos impostos que paga direta ou indiretamente aos governos. 

Parece perda de tempo falar da necessária mas ilusória união da esquerda, direita e centro em torno dos interesses de uma cidade que vai entrar o ano de 2025 enfrentando desafios extraordinários: uma grande ofensiva contra a Zona Franca de Manaus a partir do governo de São Paulo, do qual o candidato derrotado à prefeitura de Manaus, Alberto  Neto,  é um grande aliado.

Os desafios são grandes e é preciso avaliá-los desde agora. Estar preparado para um tempo de transformações, inclusive na área tributaria, com efeitos danosos à economia do Amazonas.