Erros do Ibama e da PF
A iniciativa do Ibama e Polícia Federal de queimar 350 dragas nos últimos 90 dias reduziu a presença de garimpeiros em áreas indígenas e freou a garimpagem ilegal na Amazônia, mas produziu dano difícil de ser dimensionado ao meio ambiente. Queimar produz fumaça, especialmente quando há produtos químicos e combustíveis nas dragas.
Relatório do próprio Ibama e PF revela que foram destruídos 42 mil litros de diesel.
A quantidade de fuligem e aerosol jogados na atmosfera não pode ser medida, mas está claro que contribuiu para a poluição do ar. O método aplicado é errático e afronta a política ambiental que o governo defende.
A apreensão das dragas, barcos e seu conteúdo - que poderiam ser usados até em favor dos povos que residem nessas áreas, seria mais eficiente e produtivo.
As próprias fotos da ação do Ibama e PF assustam, pelo nível de fumaça produzido pela queima das dragas.
Numa região já afetada pela fumaça de queimadas da floresta, a decisão de queimar dragas de garimpeiros apenas contribui para a poluição do ar. Se resolve um problema, pode estar criando outro ainda maior.
ASSUNTOS: Amazônia, GARIMPO, Ibama, PF
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.