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Está proibido ‘apaziguar’ no governo Lula. Canais de denúncias proliferam


Por Raimundo de Holanda

17/01/2023 19h29 — em
Bastidores da Política



Nas últimas semanas a palavra democracia foi repetida milhares de vezes pelas autoridades do Brasil. Compreendê-la é o problema. Em nome da democracia estão suprimindo liberdades, incentivando divisões e o ódio. Imaginem: ficou proibido “pacificar”.

Todas as vezes que governos criam canais  para identificar “criminosos” aumenta de um lado o denuncismo, estimulado por inimizades, e de outro estimula o  ressentimento numa sociedade já dividida. Num mundo onde a verdade fundiu-se à mentira, esses  canais servem apenas  para acirrar o ódio.

Os ataques de radicais aos prédios das instituições em Brasília levaram o Ministério da Justiça a abrir um canal de denúncias - mais um, somado aos que já existem no âmbito da polícia e do Ministério Público. O nome dado ao centro de intrigas oficiais foi “Sala de atendimento ao Cidadão”. O resultado não podia ser pior: muitos dedos apontados, sem provas relevantes, somado à incapacidade do governo de fazer uma triagem.

Canais para denúncias anônimas deveriam ser proibidos em uma democracia. Representam um retrocesso,  um estímulo ao que mais se combate: ataque à honra, tentativa de comprometer adversários, ajuste de contas, no caso, avalizados por órgãos oficiais que, assim agindo, prestam um desserviço  ao País.

Nas últimas semanas a palavra democracia foi repetida milhares de vezes pelas autoridades do Brasil. Compreendê-la é o problema.

Em nome da democracia estão suprimindo liberdades, incentivando divisões e o ódio. Imaginem: ficou proibido “apaziguar”. Quer dizer, o País não pode ser pacificado.

A desculpa ainda é pior. Foram buscar a experiência do então primeiro ministro inglês Neville Chamberlain com Adolfo Hitler? Que o Brasil de hoje tem em relação a Segunda Guerra Mundial e a divergência entre Inglaterra e Alemanha nazista? Nenhuma.

É preciso que as autoridades façam cumprir a lei e punam os responsáveis pelos ataques à sedes do  STF, do Palácio do Planalto e do Congresso. Mas parem de promover divisões, parem de estimular o ódio, parem de fazer comparações descabidas. Parem de jogar lenha na fogueira. O Brasil precisa de paz.

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ASSUNTOS: Alexandre de Moraes, Bolsonaro, extrema direita, Lula

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.