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Decapitações: exibição de poder das organizações criminosas em Manaus


Por Raimundo de Holanda

17/10/2019 21h36 — em
Bastidores da Política



A curiosidade esconde o nosso terror. Diante de tantos corpos decapitados nem percebemos que estamos olhando pessoas que seguiram outros caminhos, mas gente, com sonhos, pecados, virtudes, vícios, filhos e amores.  E olhamos a guerra da periferia como algo normal. Porque os crimes do PCC, CV e da FDN  são um circo de horror que pode sair da favela e implodir as zonas mais seguras, áreas nobres que alimentam essa guerra, porque é de lá que vem o consumo da droga e o dinheiro que alimenta as facções criminosas.

As decapitações são uma exibição de poder,  mas o que ninguém  percebe é que  a facção que vencer essa guerra vai sair da  periferia e invadir os grandes condomínios.

Já dissemos aqui que há mais de 2,5 mil pontos de vendas de drogas mapeadas em toda a cidade. Ninguém fez nada para impedir que elas continuem operando e alimentando a guerra entre as facções. Ninguém fez nada porque são necessárias para uma classe média  hipócrita, viciada, dependente e de certa forma também criminosa. Ninguém fez nada porque o Estado fechou os olhos, permitindo que homens de gravata se tornassem cúmplices, ninguém fez nada porque se fizer muitas máscaras poderão cair…

NÃO IMPLODIU, NÃO

O país está paralisado pela crise política no partido do presidente Bolsonaro. As reformas não andam, porque o PSL decidiu rachar e brigar internamente. E como sempre, o presidente lidera o bate-boca e faz ‘armações’ para tirar os ex-amigos do seu caminho.

O presidente foi gravado pedindo a deputados do PSL a saída do líder na Câmara, Delegado Waldir. Em resposta, o Delegado foi gravado chamando Bolsonaro de ‘vagabundo’ e dizendo “Eu vou implodir o presidente!” Mas depois recuou: ""Isso já passou. Nós somos Bolsonaro. Somos que nem mulher traída, apanha, mas mesmo assim volta ao aconchego".Que falta de caráter,

 “CADÊ O CARLOS ALMEIDA?”

“Cadê o vice-governador Carlos Almeida,  o homem que manda no Estado ?” O grito saiu dos servidores terceirizados da saúde que lotaram as galerias da Assembleia querendo receber seus salários, alguns com até seis meses de atraso. São mais de 6 mil sem pagamento. Almeida é vice governador, foi  secretário de saúde e agora é chefe da casa civil,  com superpoderes no Estado.

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O presidente Josué Neto formou uma comissão de deputados para intermediar a questão junto à Susam, para onde os terceirizados foram levados na tarde de ontem. 

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ASSUNTOS: comando vermelho, cv, decapitações, fdn, Manaus, polícia

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.