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Explosões de dragas e poluição na Amazônia


Por Raimundo de Holanda

07/12/2023 20h26 — em
Bastidores da Política


  • Se o objetivo das operações conjuntas PF/IBAMA é evitar a um só tempo o garimpo ilegal e violações ao meio ambiente, as explosões de dragas podem até cessar a garimpagem, mas provocam danos ambientais difíceis de dimensionar - água, ar. ..

A Polícia Federal acerta quando identifica e prende financiadores da garimpagem ilegal na Amazônia, mas erra quando explode balsas sem o cuidado de separar o material poluente, especialmente mercúrio e diesel, com potencial de poluir águas e contaminar todo o ecossistema da região - peixes, aves, vegetação, assim como o próprio índio e caboclo que moram  nessas áreas e sobrevivem da pesca.

Temos feito esse alerta. Mas é como falar no escuro.

Tanto a PF quanto o Ibama justificam que as explosões ocorrem em razão da “impossibilidade de remoção” ou acesso aos locais onde as balsas e dragas estão operando. O que não justifica medida extrema, sem o necessário cuidado. 

Se o objetivo das operações  conjuntas com o IBAMA é evitar a um só tempo a garimpagem ilegal e violações ao meio ambiente, as explosões podem até cessar a garimpagem, mas provocam danos ambientais difíceis de dimensionar - água, ar. 

A fumaça provocada pela queima é escandalosa e a olhos vistos. 

Nesse aspecto, no mínimo, a PF e o Ibama vêm contribuíndo para a poluição do ar, com a  fumaça que encobre Manaus e outras cidades do Amazonas. 

Parece descabido o argumento de que as explosões de dragas e balsas ocorrem em razão de dificuldade de acesso a esses locais.  

O helicóptero é o principal transporte utilizado pela força-tarefa. Mas rios são estradas. Se os  garimpeiros chegam onde estão, o que falta à PF e ao Ibama?

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ASSUNTOS: Amazônia, balsas, dragas, fumaça, garimpeiros, GARIMPO, Ibama, PF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.