A expulsão de Menezes pelo PL e o jogo do poder político
- O fato é que Menezes incomoda, seja pelo seu comportamento exacerbado, seja pelo ativo eleitoral conquistado em 2022, quando obteve em Manaus 544.262 votos
A decisão do Diretório Municipal do Partido Liberal de expulsar o coronel Alfredo Menezes é o início de um jogo de poder no qual os partidos se apequenam e se entregam a um mercado em que a representatividade política dá lugar a interesses nada republicanos.
A justificativa para expulsar Menezes - uma live na qual o coronel fez denúncias contra um parlamentar - carece de fundamentação.
Era necessário apurar supostas faltas atribuídas ao acusado, mas sequer foi aberta uma sindicância para esclarecer esse fato, uma obrigação elementar de partido político, com a representatividade que o PL tem. Ou tinha.
Menezes representa uma ameaça para quem? Para aqueles que tentam a todo custo antecipar - e já dissemos isso aqui - uma polarização entre dois nomes. O de um garoto sem experiência administrativa e do atual prefeito, David Almeida.
Menezes na disputa - ele ainda pode procurar outro partido - certamente tornaria esse jogo mais difícil. Nem por isso seria o melhor candidato.
Ligado ao ex-presidente Bolsonaro, tem ideias com as quais não comungamos, mas o dever do jornalismo é avaliar o comportamento dos partidos, as decisões que tomam, os interesses que os move e o fim que pretendem.
O fato é que Menezes incomoda, seja pelo seu comportamento exacerbado, seja pelo ativo eleitoral conquistado em 2022, quando obteve em Manaus 544.262 votos.
Fez nome, mas o PL tornou-se um partido satélite e orbita em torno de buracos negros - estou sendo repetitivo - com forte campo gravitacional. Esse buracos representam o centro do poder, da caneta que faz o milagre de desenhar apenas um sÍmbolo que todos conhecem no mundo dos negócios.
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ASSUNTOS: Coronel Menezes, PL
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.