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Fantástico, não deixe de assistir ! Sobre bandidos e mocinhos


Por Raimundo de Holanda

05/06/2016 23h25 — em
Bastidores da Política



O  Amazonas está no Fantástico deste domingo (5). A reportagem sobre suposto esquema para derrotar o senador Eduardo Braga na última eleição, conta uma história digna de romance policial. De um lado oficiais da PM teriam formado uma quadrilha para assaltar outra quadrilha, que transportaria dinheiro não contabilizado, supostamente usado na campanha eleitoral do senador Eduardo Braga (PMDB/AM).  Não mostra provas, isto é, não apresenta sequer um boletim policial registrado pelas vítimas, dando conta do roubo. Há apenas escutas telefônicas, realizadas, segundo a reportagem, pela Polícia Federal. E não há registro porque o “dinheiro roubado” pela suposta "quadrilha" seria mesmo clandestino, ilegal, utilizado na campanha.

Quer dizer, ladrão roubava ladrão. O fato é que a reportagem que vai ao ar hoje, com direito a “chamadinhas” da TV Amazonas,  é claramente parcial, apontando o dedo para  o governador José Melo sem se preocupar em questionar quem ou quais eram as vítimas e qual a origem do dinheiro roubado. Ou por que não há  registro desse roubo.  Na prática, nem Melo sabia do desatino desses oficiais, nem Braga conhecia o grupo assaltado e que dizia trabalhar para ele. 

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AS ESCOLHAS DO SENADOR

O grande problema do senador Eduardo Braga é somente as escolhas que faz por conta própria, mas também o caminho que segue ao se juntar às más companhias políticas.  Em 2012, no auge da aprovação popular, decidiu mostrar quem ‘mandava’ no pedaço forçando a indicação da ‘camarada’ Vanessa, candidata a prefeita de Manaus, subjugando Rebecca Garcia e alijando o governador Omar Aziz do comando. Omar reagiu e com Arthur impôs-lhe a primeira grande derrota. Voltou à carga em 2014 juntando-se ao truculento Sabino Castelo Branco com quem naufragou na eleição ao governo, causando o desmoronamento político da família Castelo. Desde então luta e acumula derrotas para tomar a eleição na justiça acusando os adversários de atos que ele sempre praticou na política.

De volta ao Senado, em 2015 enturmou-se com o trio Sarney, Renan e Jucá, para ser indicado por eles ao cargo de ministro de Dilma; naufragou com o governo e arruinou-se com Dilma, traindo Temer e o PMDB no impeachment.

Agora volta aos braços de Renan como ‘homem de confiança’ para relatar o orçamento do país, num momento perigoso, em que ambos caminham para o ‘buraco negro’ da Lava Jato. Diz o povo que ‘isso é má sina’. E sina ninguém pode mudar.

GASTANÇA CHEGA AO FIM

Com as administrações municipais em frangalhos e as eleições batendo a porta, será difícil os prefeitos interioranos cumprirem a recomendação do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), Ari Moutinho júnior, sobre o controle de despesas públicas com festas tradicionais.
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Muitos gestores, em desespero para se reelegerem, parecem dispostos a secar os cofres municipais em busca de votos. É o caso de Jutaí onde a gestora Marlene Cardoso (PMDB) se recusa a voltar a atrás da ideia de contratar a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano para a Festa da Sardinha em julho.

 

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ASSUNTOS: amazonas#bastidoresdapolítica, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.