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A farsa do crédito de carbono e os crimes ambientais


Por Raimundo de Holanda

04/12/2023 20h48 — em
Bastidores da Política


  • A venda ou compra de crédito de carbono tem a dimensão de uma farsa. Um pacto entre criminosos e vítimas. Um teatro no qual o bandido (que polui) posa como herói. A compra do crédito funciona como uma autorização para o criminoso continuar delinquindo.

A preocupação com o clima está na ordem do dia, mas os mecanismos disponibilizados até aqui  pelos organismos multilaterais para tornar o Planeta Terra um mundo melhor para se viver,  se resumem a um verniz que encobre crimes ambientais de países desenvolvidos e empresas multinacionais.

A “compra” de crédito de carbono é um deles. Tem a dimensão de uma farsa. Um pacto entre criminosos  e vítimas, um teatro no qual o bandido (que polui) posa como herói. 

 O Amazonas é o estado brasileiro detentor da maior parte da floresta tropical das Américas e se habilita a vender créditos que serão comprados pelos que poluem, o que não significa que esses poluidores vão deixar de poluir. Eles estão pagando para justificar o crime  que cometem. 

Ao comprarem créditos de carbono, admitem que sangram criminosamente o planeta com agentes poluentes, com detonação de armas nucleares e outras experiências secretas, mas se colocam na posição de protetores do meio ambiente. 

Quem no final é cobrado por crimes ambientais é o estado ou o país que vendeu os créditos e de alguma forma não  conseguiu, para usar uma expressão tipicamente amazonense, “manter a floresta em pé”. 

E  não há garantias de que o dinheiro eventualmente “investido na compra” de crédito de carbono vá ser integralmente utilizado para preservar a floresta. Parte acaba  nas mãos de Ongs patrocinadas pelos mesmos governos e empresas multinacionais que fingem preocupação com o meio ambiente. Outra parte, sem controle da sociedade, é corroída pela corrupção. 

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ASSUNTOS: Amazonas, COP 30, crédito de carbono, onu

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.