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A fuga espetacular de integrantes do CV


Por Raimundo de Holanda

14/02/2024 19h44 — em
Bastidores da Política


  • A fuga de dois detentos do presídio federal de Mossoró não foi obra do acaso. Houve muito provavelmente a venda de facilidades e conluio de agentes penitenciários.

O Governo Federal pode alegar que havia um tatu entre os presos que fugiram driblando a mais alta tecnologia de vigilância utilizada no presídio federal de Mossoró -  equipamentos de scanner corporal, detectores de metal, câmeras de vigilância 24 horas e servidores de olho em cada preso. Mas não  havia túnel aberto ligando os fortes muros da penitenciária ao lado externo do presídio.  Deilson Cabral Nascimento, o Tatu, e Rogério da Silva Mendonça, integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, fugiram pelo teto das celas.

A fuga espetacular foi um baque nos primeiros dias de gestão do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e deve ter consequências políticas, com a oposição pisando nos calos do novo ministro, que assumiu prometendo guerra total ao crime organizado. 

Para além do voluntarismo do novo ministro, que mobilizou a Polícia Federal e a Interpol na caçada aos fugitivos, cabe uma rigorosa investigação interna sobre quem facilitou a fuga dos detentos, que claramente não foi obra do acaso. Houve muito provavelmente a venda de facilidades e conluio de agentes penitenciários.  

O fato  revela o  grau de infiltração dessas organizações criminosas até mesmo onde se presumia que ficavam do outro lado dos muros  eletrificados e altamente vigiados. 

Toda a estrutura colocada na caçada aos criminosas - Interpol, Policia Federal, Policia Rodoviária  já expõe por si mesmo uma tentativa do governo em dar respostas à sociedade. Mas também há um risco muito grande de frustração, pelo grau de organização dessas facções que sabem como  esconder os seus “tatus” na tentativa de  desmoralizar o estado. 

 O que fica desse episódio lamentável é o forte golpe num sistema prisional que desde sua criação era considerado eficiente e inexpugnável. 

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ASSUNTOS: fuga de presos, segurança máxima. Mossoró

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.