Compartilhe este texto

Futebol, ingressos judicializados e o papel relevante do oficial de justiça


Por Raimundo de Holanda

19/05/2024 21h12 — em
Bastidores da Política


  • O primeiro efeito negativo da extinção do cargo de oficial de justiça pelo TJAM ocorreu há uma semana em Manaus
  • O "entregador" do mandado judicial ao Amazonas, acusado de superfaturar a venda de ingressos para o jogo contra o Flamengo na quarta-feira, não encontrou o endereço do clube para citação, o que impede o juiz George Lins, de ouvir as explicações suscitadas em ação pela Defensoria Pública.
  • O problema é essa decisão de extinguir o cargo de oficial de justiça impactar em outras medidas judiciais, que vão exigir a entrega imediata da citação. Se a extinção se estende ao Tribunal Eleitoral, onde os prazos em período de eleição são exíguos, as consequências serão ainda mais danosas..

Ao receber reclamação da Defensoria, que pleiteia a redução do valor dos ingressos, claramente fora dos padrões adotados em jogos de outros times, o magistrado George Lins acertadamente decidiu ouvir o clube, "para os fatos serem analisados sob o contraditório". 

Um oficial de justiça certamente iria além do que consta no endereço da citação. Procuraria o diretor do Amazonas, que está em todo lugar, inclusive dando entrevistas nas rádios, o que, no caso, não ocorreu. 

O tribunal segue diretriz do Conselho Nacional de Justiça, mas seria prudente estabelecer um período de transição, testando novos métodos de entrega de citação judicial, o que não houve. Essa precipitação já se revela desastrosa.

Evidentemente que falta coerência judicializar valores de ingressos de uma atividade que não é pública. São clubes que gastam com altos salários de jogadores, com deslocamentos para jogos em outros estados, com treinamentos e alimentação.

Siga-nos no

ASSUNTOS: Amazonas Futebol Clube, Amazonas X Flamengo, Oficial de Justiça

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.