Governador atua para mudar jogo político em Manaus
Os partidos estão sendo movidos por meio de cordas e o grande mestre por trás dos titeres é o governador Wilson Lima, que dita as regras de um jogo perigoso. Sua capacidade de movimentar os "bonecos" é imensa, o que mostra que aprendeu com os erros, mas avança de um modo guloso com grande risco de provocar refluxos - isto é, sem poder contentar a todos, ver aliados de ocasião e claramente oportunistas se distanciarem ou jogarem contra o seu candidato em momentos decisivos.
Dois dias depois de fechar um acordo pela reeleição do prefeito David Almeida, o PDT mudou de lado. A justificativa é frágil, para inglês acreditar:
“Após uma série de debates com a executiva estadual e municipal, decidimos pela convergência em declararmos apoio a (outro) pré - candidato a prefeito, que nos fez uma proposta de compromisso para Manaus e seus munícipes”.
Acredite quem quiser, mas o PDT não é fácil e seu compromisso com Manaus nem sempre conta, embora seja legítima sua decisão de recuar.
Nada contra a evidente participação do governador no processo eleitoral e a legitimidade de seu desejo maior: fazer o próximo prefeito de Manaus.
A questão é saber até que ponto é legítimo o papel que se autoconfere de "árbitro assistente de vídeo", em um jogo onde a sua capacidade de invalidar lances é imensa.
Mas também é questionável a forma como as lideranças dos partidos políticos atuam, divorciadas dos associados,
e sem levar em conta "a vontade coletiva".
ASSUNTOS: David Almeida, eleição 2024, Manaus, Wilson Lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.