Governador do Amazonas entra na onda do Capitão e não quer saber de mimimi
O governador do Amazonas, Wilson Lima, vestiu a camisa do capitão Bolsonaro. O decreto que restringe a circulação de pessoas é suave, uma peça de teatro que se enquadra na cômica e trágica história do “mimimi" do capitão. Wilson volta a 'proibir' a circulação de pessoas em horário de 21 às 6 da manhã, quando as pessoas historicamente não costumam estar nas ruas.
O comércio de camelôs sempre encerrou as 17 horas, bares e restaurante terão fôlego e lotação até as 22 horas. Na prática, Wilson Lima volta a abrir as portas para a disseminação de um vírus que deu um pequeno recuo, mas continua fora de controle.
O governador parece viver em um mundo paralelo, distanciado da realidade de uma população enlutada. São mais de 11 mil mortos em todo o Estado do Amazonas, alguns asfixiados porque o governo foi incompetente e não conseguiu acompanhar a velocidade da pandemia.Terá se preparado para uma terceira onda?
O próprio Ministério da Saúde já trabalha com a perspectiva sombria de três mil mortes diárias no Brasil nas próximas semanas. O que será de Manaus nesse período ? O vírus vai continuar a recuar ? Não se sabe, não se tem controle sobre a pandemia, o governador não se sente responsável pelas mortes nem está preparado para uma nova onda, mas faz onda com comerciantes. Até quando vamos aturar esse tipo de governo ?
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.