Governador do Amazonas não será condenado ou preso
O governador Wilson Lima pode não ser, como muitos apostam, condenado e preso por atos contra a administração pública, mesmo eventualmente afastado do governo. A explicação é simples: tem um comportamento que aponta para a inimputabilidade. Isto é, não age como quem tenha noção do que faz, ou de compreender o que é licito ou não.
Neste sábado, por exemplo, o governador tomou a iniciativa de realizar pessoalmente a entrega de cartões de auxilio emergencial no valor de R$ 300 para famílias atingidas pela cheia dos rios do Amazonas, violando dever com a Administração Pública, que é pautada, em razão de Lei, pela impessoalidade.
O ato, gravado e reproduzido em vídeo nas redes sociais do governador, implica em publicidade que relaciona diretamente o benefício a pessoa do Chefe do Executivo.
A iniciativa, enquanto ação de governo, é meritória mas o ato encerra uma ação particularíssima.
Importa considerar que desde agora até o próximo período eleitoral que se avizinha, restam apenas 14 meses, o que implica em concluir, por ser fato público e notório, que Wilson Lima esteja realizando uma campanha pré-eleitoral, e desde já utilizando a máquina pública em seu benefício.
Seguramente não sabe o crime que comete, do ponto de vista da administração pública, assim como é explicável seu comportamento açodado em relação a anulação da demissão de seu secretário de Segurança e amigo particular, Coronel Louismar Bonates, pelo vice governador Carlos Almeida.
Acusado de inúmeros crimes, Bonates foi confirmado no cargo. Outro erro de Wilson foi quanto a adoção de medida administrativa e policial para investigar o ato do vice governador que levou à demissão do secretário, quando é sabido que, ao baixar o ato da demissão de Bonates, Carlos estava no comando do governo.
Portanto, era naquele momento o governador de fato, o que leva o caso de uma investigação, se coubesse, mas não cabe, ao Superior Tribunal de Justiça, mediante uma provocação à Procuradoria Geral da República.
Mas os erros do governador não param por ai. Ele indicou para comandar a investigação irregular aberta contra o vice governador o acusado de crimes diversos e por isso exonerado: o coronel Bonates.
Wilson Lima não é apenas mal assessorado,. Está se revelando cada vez mais despreparado e incapaz de continuar à frente do comando do Estado.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.