Governador faz promoção pessoal em video e se complica
O governador David Almeida cometeu duas graves infrações com a publicação de vídeo no qual aparece em canteiros de obras na cidade. Violou o princípio da impessoalidade, que veda a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre as suas realizações administrativas, e se invibiliza eleitoralmente, ao fazer propaganda também pessoal, o que caracteriza conduta vedada, que pode resultar em multa ou cassação de mandato, caso seja eleito governador pelo processo indireto.
David, como já dissemos aqui neste espaço, age de forma açodada, sem a percepção de que a vida, especialmente a política, não é uma corrida em linha reta. Há curvas e ele vem batendo à medida em que movimenta o velocímetro de um governo transitório e com data para acabar. O problema é não acabar bem. Nem para o Estado, nem para o próprio David.
Colher o bônus agora, de forma açodada, comprometendo a saúde financeira do Estado, macula a biografia do governador e gera insegurança no futuro. A mosca azul que picou David, inoculando no governador dose excessiva de ambição, tem que ser isolada. David ainda tem jeito. É um bom homem. Pode deixar o governo em agosto com o legado da transparência, do zelo pela coisa pública. Ou transferir uma herança maldita para o próximo governador. Que não sofrerá sozinho. Sofrimento, nestes casos, são compartilhados com a sociedade...
BATALHA PELA ELEIÇÃO INDIRETA
Apesar da Procuradoria da Assembleia Legislativa estar trabalhando na defesa da tese de que a eleição deste ano deve ser indireta, isto é, o próximo governador do Amazonas seria escolhido pelo voto dos deputados - o governador interino David Almeida, mandou sondar escritórios de advogacia em Brasília para defender essa tese junto ao Supremo Tribunal Federal. Um dos consultados foi o jurista Gustavo Guedes, advogado do presidente Michel Temer, que teria recusado.
ASSUNTOS: Amazonino, Braga, David
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.