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Governadores 'peitam' Bolsonaro na tentativa de conter autoritarismo


Por Raimundo de Holanda

17/02/2020 19h45 — em
Bastidores da Política


  • Hoje são os governadores dizendo, com outras palavras: “ei, peraí Presidente ! Vc não pode dizer o que devemos fazer, não somos subordinados a você, assim como não mandamos nos prefeitos, nem damos ordens a eles.” E quando esse sentimento tomar as ruas?

Por enquanto é uma reação dura, em busca do diálogo perdido. E uma tentativa dos governadores de manter o pacto federativo, que o presidente Bolsonaro insiste em violar, com todos os riscos que isso implica para a democracia.

O pacto é um valor constitucional que deve ser preservado, porque  garante autonomia aos governos dos Estados e dos Municípios  e, de  certa forma une o País em torno de projetos comuns, compartilhados entre os entes que compõem esse tratado.

A reação  dos governadores é uma tentativa de  evitar o desequilíbrio de forças e amenizar o tom autoritário adotado pelo presidente.

Assinada por 20 governadores, entre eles o do Amazonas, Wilson Lima, a carta chama a atenção de Bolsonaro para intervenções indevidas e autoritárias de seu governo, mas chama o presidente para um diálogo aberto e construtivo.

É ingênuo supor que Bolsonaro atenda o apelo - ele é autoritária, intempestivo, emocionalmente instável.

Nesse momento deve estar pensando o que poderia fazer para retaliar os que ousam confrontá-lo. Falta ao presidente bom senso, respeitar a liturgia do cargo, zelar pelo país, governar não apenas para seus seguidores extremistas e os apoiadores evangélicos, mas para todos.

Hoje são os governadores dizendo, com outras palavras: “ei, peraí. Vc não pode dizer o que devemos fazer, não somos  subordinados  a você, assim como não mandamos nos prefeitos, nem damos ordens a eles.”

Bolsonaro precisa aprender o que é uma democracia e que governo algum prospera sem o diálogo.

Por enquanto são os governadores a se rebelarem. E quando esse sentimento chegar as ruas ?

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ASSUNTOS: Bolsonaro, carta dos governadores, democracia, extrema direita, Pacto Federativo

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.