Governo do Amazonas deve dizer não à ACA, Fecomércio e Fieam
- O que os empresários não falam é que as empresas de cabotagem estão cobrando das empresas a “taxa da seca” e estas repassando o custo para os consumidores.
A nota das entidades de classe, que reúne a indústria e o comércio, pedindo a dilatação do prazo para recolhimento do ICMS para 90 dias e, em caráter excepcional, apenas pagar o imposto incidente sobre mercadorias descarregadas em Manaus, se pretendeu expor uma crise de abastecimento, com escassez de produtos provocada pela forte estiagem que atinge o Amazonas, de outro revela uma profunda insensibilidade com a manutenção da máquina pública, que é o que funciona de fato no enfrentamento de uma crise das proporções vivenciada pelo Estado.
O recolhimento do ICMS é o combustível que permite ações de socorro imediato de parte do governo.
Apesar da dificuldade na navegação no Rio Madeira e o atraso no abastecimento de alguns produtos, o comércio não perde, na medida em que vem repassando de forma desmedida custos extras para os consumidores.
A indústria não está perdendo, menos ainda o setor modal e uma série de sindicatos que assinam a nota por pura formalidade e falta de compromisso com a funcionalidade do governo neste momento de dificuldade.
A nota, além de intempestiva, vitimiza setores que apenas lucram, mesmo nas crises. E lucram muito. Quem perde é o povo amazonense.
A nota é a repetição de um lenga-lenga de todos os anos, pois sabidamente o Amazonas não dispõe de ferrovias ou rodovias, dependendo dos modais de transporte.
O que os empresários não falam é que as empresas de cabotagem estão cobrando das empresas a “taxa da seca” e estas repassando o custo para os consumidores.
As vítimas são os cidadãos do Amazonas, que estão pagando mais pelos alimentos que consomem. Como comer é uma necessidade, continuam comprando e os empresários faturando alto.
O Estado não pode ceder a esse tipo de reivindicação..
ASSUNTOS: ACSA, Amazonas, estiagem, Fecomércio, Fieam
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.