Governador 'faz teatro' para esvaziar movimento dos professores
A greve dos professores entra no seu terceiro dia sem que o governo busque uma solução para o problema. Pelo contrário, o governador Wilson Lima tenta fazer frente ao movimento criando uma agenda “positiva” - de inaugurações - que na verdade é vista como um grande circo, mal armado e que pode desabar.
O caso da solenidade de inauguração ocorrida no Hospital Delfina Aziz foi um teatro. Primeiro porque o hospital já foi inaugurado por três governadores: Omar Aziz, José Melo e David Almeida. Segundo, porque o instituto que ganhou a concorrência para administrá-lo pode ser, a qualquer hora, impedido de atuar.
O Ministério Público de Contas encontrou diversas irregularidades na sua contratação pelo governo e vai pedir a devolução de R$ 8,4 milhões adiantados ao Instituto, sem contraprestação de serviço, e propor ações de improbidade contra o ex-secretário de saúde e vice-governador Carlos Almeida, responsável pelos pagamentos.
Quer dizer, Wilson segue um caminho difícil, rumo ao cadafalso, depois de cem dias de uma administração no mínimo desastrosa.
Buscar impedir a greve por meio judicial, como fez o governador, revela falta de visão política e uma enorme incapacidade de compreender que o movimento é legítimo, apesar de a oposição do governo ao movimento se dá com base em decisão da justiça que ignora o direito de greve garantido pela Constituição. DIREITO .GARANTIDO também aos professores.
ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, greve dos professores, Seduc, WILSON LIMA
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.