Os professores da rede estadual de ensino encerraram a greve que durou 17 dias, mas não levaram o que reivindicavam: queriam 15,19 %. Conquistaram 8%. E a promessa de novo reajuste escalonado, que atenderia o pleito da categoria. Frustração dos professores com o Sindicato, que sexta-feira anunciou que havia acordado 15,19%.

O governo do Amazonas usou a tática do “tapinha nas costas” e venceu o movimento pelo cansaço. 

Com o contracheque magro, com descontos de faltas, os professores queriam uma saída digna. O Sinteam vendeu gato por lebre na assembleia da  categoria, anunciando um reajuste que não se confirmou.

Negociadores que representaram o governo na audiência de conciliação no Tribunal de Justiça do Amazonas nesta segunda-feira, prometeram trabalhar para que as faltas sejam retiradas e os valores descontados entrem no contracheque deste mês.

Outra promessa foi desistir ou retirar a ação judicial que decretou a greve ilegal. O problema foram as multas aplicadas ao sindicato que não obedeceu decisão judicial de parar com a greve. 

Esquecer tudo, como parece ser a ideia do governo para apaziguar os ânimos agora acirrados, é uma decisão perigosa e independe das duas partes em litígio. 

Primeiro porque a desistência nessa fase da ação seria uma brincadeira de mau gosto com o Poder  Judiciário. Segundo, não está mais na alçada do Executivo desistir do que já foi objeto de decisão de um magistrado

Independentemente de o governo conseguir retirar a ação, a multa terá que ser paga. Chega a mais de R$ 800 mil.

Agora o Sinteam se volta para os professores do município de Manaus. A pauta é excessivamente amarga para o contribuinte, que afinal é quem paga essa conta E não é somente isso. Outras categorias estão assistindo o movimento dos professores e a capacidade de resistência do governo.

Vão pipocar mais greves nos próximos dias, chanceladas pelo governo Lula, que voltou a empoderar os sindicatos. Greve e caos a vista…quem viver verá.