Guarda Municipal que tortura deve ser extinta
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O poder conferido às guardas municipais - agora podem realizar prisões em flagrante - acabou por ressuscitar o velho coronelismo, encarnado na figura dos prefeitos. Quem tem a polícia tem o poder, e pela intimidação, o voto.
Pior, mal treinada, gera um tipo de violência que nunca foi extinto, mas se imaginou reduzido nos últimos anos: a tortura.
Foi o que se viu em Manaus nesta semana, quando um guarda municipal, mal treinado, mal intencionado exibiu toda sua perversidade contra um homem algemado.
Mais uma vez esse desvio de finalidade partiu de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, sobrepondo-se a uma atribuição do Congresso Nacional.
Os ministros - que sempre sabem o que é melhor para o país e adentram abertamente, sem nenhum controle, competências do Executivo e do Congresso Nacional, decidiram que os municípios, através das Câmaras Municipais, "podem aprovar leis para que as guardas atuem em ações de segurança urbana ostensivas, como as polícias, e realizem prisões em flagrante".
Se esse tipo de excesso ocorre em Manaus, imagine no interior do Estado, onde os prefeitos perseguem abertamente adversários e outros desafetos?
ASSUNTOS: Guarda Municipal, Manaus, tortura

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.