Compartilhe este texto

A guerra, a BR 319 e a soberania nacional


Por Raimundo de Holanda

18/12/2023 20h26 — em
Bastidores da Política


  • Os blindados enviados do Rio Grande Sul vão levar um mês para chegar em Roraima. Esse tempo poderia ser encurtado em 70%, caso a BR 319 estivesse trafegável.
  • Mais uma vez, agora por uma questão de segurança nacional, que se sobrepõe a todas as outras, há uma urgente necessidade de asfaltar a rodovia . Afinal, a Br foi planejada para integrar a região e protegê-la contra eventuais invasores.

Diante da ameaça real à soberania nacional, é hora de correr atrás do prejuízo, sem os  equívocos, de autoridades como a ministra Mariana Silva, para  quem a BR 319 “é uma estrada no meio da floresta virgem que se deseja asfaltar apenas para passear de carro”. Mas a rodovia, ministra, é uma artéria planejada para a defesa dos interesses nacionais do Brasil.

 

A iminência de  uma invasão da Guiana pela Venezuela, passando pelo território brasileiro, está tirando o sono dos militares, preocupados com a defesa das fronteiras do País. Mas como inibir  eventual incursão de uma força estrangeira? Cerca de 130 soldados  deslocados para Roraima  seriam suficientes para deter blindados e mísseis terra-ar das forças de Maduro? Provavelmente, não. 

Se o presidente venezuelano colocar em prática essa aventura  nos próximos dias, numa ação relâmpago, previsível, em se tratando de um ditador, num primeiro momento estará  impondo uma derrotar militar ao Brasil, já que teria que passar por terras brasileiras antes de entrar em território da Guiana. 

A maior dificuldade encontrada pelo Ministério da Defesa do Brasil, no deslocamento de homens e equipamentos para a fronteira com a Venezuela é a infraestrutura da região. Os blindados enviados do Rio Grande Sul vão  levar um mês para chegar em Manaus e seguir pela Br 174 até Roraima. 

Esse tempo poderia ser encurtado, caso a BR 319 estivesse trafegável. Em dez dias homens e equipamentos deslocados do Sul e Sudeste estariam em Manaus ou Roraima, o que coloca em discussão,  mais uma vez, agora por uma questão de segurança nacional, que se sobrepõe a todas as outras,  a necessidade de asfaltar a rodovia . Afinal, a Br foi  planejada para integrar a região e protegê-la contra eventuais invasores. 

A verdade é que os governos militares se preocuparam com a segurança da região. Com todos os erros - seja na forma como perseguiram os que defendiam direitos constantemente violados, seja o desastre que provocaram na economia, havia uma preocupação com a integração e a segurança da Amazônia, o que foi negligenciafo pelos governos civis.

Agora, diante da ameaça real à soberania nacional, é hora de correr atrás do prejuízo, sem os erros, equívocos, má fé de autoridades do porte de Mariana Silva, para  quem a BR 319 “e uma estrada no meio da floresta virgem e se deseja asfaltar apenas para passear de carro”. 

Mariana, Marina, bobagens à parte, o que se deseja é alavancar o desenvolvimento e proteger a soberania do País.

Siga-nos no

ASSUNTOS: br 364, Brasil, Guiana, Nicolas maduro, Venezuela

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.