É curioso observar como Lula faz uso de emendas parlamentares para obter êxito em votações no Congresso. A aprovação da Reforma Tributária é apenas um exemplo. Até mesmo o PL, partido de Bolsonaro, rachou.

Na hora de votar a ideologia foi deixada de lado. Prevaleceu menos o interesse de estados do Norte e Nordeste, que perdem com a reforma, e mais  o reforço eleitoral que as emendas promovem. Quer dizer: nada como um agrado, com Lula  seguindo o velho provérbio:  "é dando que se recebe". 

Mas há muita desinformação circulando, inclusive a de que o deputado Alberto Neto(PL-AM) votou contra a Zona Franca. Votou contra a reforma, nos moldes em que ela foi imposta, não contra a Zona Franca  de Manaus.

A garantia de competitividade para os produtos fabricados em Manaus, embora prevista na reforma, é uma incógnita diante da complexidade que envolve a eliminação ou junção de alguns impostos.

O fato de o projeto prever a criação de um fundo para compensar perdas de arrecadação  da Zona Franca, com “recursos destinados a diversificação da economia do Estado até a sua extinção  em 2073”, já indica o estado terminal do modelo. O ano 2073 é somente um número no calendário futuro…

Como disse na coluna de ontem, não há muito o que fazer. A escolha do senador Eduardo Braga como relator da matéria no Senado não representa muita coisa. Braga, como a maioria dos políticos, olha para os pés. O futuro para ele pertence a Deus.  

Aliás, Braga foi governador do Amazonas duas vezes e em seus dois governos não investiu em projetos alternativos de desenvolvimento. A aposta era prorrogar a Zona Franca de Manaus indefinidamente. Deu no que deu. A hora do pesadelo chegou, com uma fatura pesada para os amazonenses.