Ao encaminhar o Projeto de  Lei Orçamentária à Assembleia Legislativa, o governador do Amazonas, Wilson Lima,  alertou para um cenário de crise em 2024, desmontando o céu de brigadeiro criado pelo relator da Reforma Tributária, senador Eduardo Braga. Para o governador, “os riscos estruturais e macroeconômicos da reforma são imensos e vão impactar no crescimento do Estado”.  

Wilson  aponta consequências: “o endividamento das famílias, queda  da capacidade de consumo de bens duráveis” e muito provavelmente redução  das expectativas de receita do Estado. 

Mesmo com essa visão pessimista da economia para o  próximo ano, o projeto de Lei Orçamentária prevê uma arrecadação de R$ 30,1 bilhões, 14% a mais do que em 2023.  

O governador tem razão. O cenário é péssimo, especialmente para o Amazonas, mas peca pelo fato de ter colocado sua preocupação apenas na mensagem encaminhada aos deputados, quando o assunto deveria estar sendo discutido de forma exaustiva  com a sociedade. 

Muita gente não se deu conta, ao que parece nem mesmo o governador do Amazonas,  que o Estado vai perder autonomia e se tornar pedinte. 

Mesmo a idéia, ainda confusa, do senador Eduardo Braga(MDB-Am),  de propor a criação de uma Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE), para taxar os produtos da ZFM que seriam comercializados  em outros estados,  carece de uma melhor fundamentação. Mesmo com essa ideia  sendo adotada pelo Senado,  dependeria de Lei Complementar. 

Aí que reside o perigo. Nada estará seguro diante de interesses diversos de outros entes da Federação.

A hora do pesadelo para o Amazonas está chegando a galope.