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A ideia de eternidade


Por Raimundo de Holanda

17/08/2024 19h13 — em
Bastidores da Política


  • A gente cresce com a ideia de eternidade, de que seremos sempre jovens, até o dia em que nos olhamos no espelho e notamos que mudamos tanto que já não nos reconhecemos...

A vida caminha lado a lado com a morte e ainda nos surpreendemos quando alguém desaparece. O que mais choca não é a perda de referências, mas o fato de que um sinal é dado. A dor não é consequência apenas da ausência de quem foi embora, mas do fato incômodo de que a nossa caminhada tem um final. 

A vida é bela - alguém já disse - mesmo com todas as dores, decepções, fracassos. Mas é efêmera. 

A gente cresce com a ideia de eternidade, de que seremos sempre jovens, até o dia em que nos olhamos no espelho e notamos que mudamos tanto que já não nos reconhecemos.

Mas se esse momento chega é porque vivemos muito. Tivemos o privilégio de conquistar vitórias em longas batalhas, cair, levantar, vencer distâncias.

Na soma de perdas e ganhos, quem vive 80-90 anos ou mais, ganhou muito, deixou um legado, ainda que o mundo não o conheça, que só a família tenha usufruído de sua presença.

Essas divagações são provocadas pela partida de Silvio Santos, mas poderia ser uma outra pessoa, anônima como tantas outras,  que viveu muito e cuja passagem nem é notada...

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ASSUNTOS: etrnidade, Sulvio Santos

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.