A ideia de eternidade
- A gente cresce com a ideia de eternidade, de que seremos sempre jovens, até o dia em que nos olhamos no espelho e notamos que mudamos tanto que já não nos reconhecemos...
A vida caminha lado a lado com a morte e ainda nos surpreendemos quando alguém desaparece. O que mais choca não é a perda de referências, mas o fato de que um sinal é dado. A dor não é consequência apenas da ausência de quem foi embora, mas do fato incômodo de que a nossa caminhada tem um final.
A vida é bela - alguém já disse - mesmo com todas as dores, decepções, fracassos. Mas é efêmera.
A gente cresce com a ideia de eternidade, de que seremos sempre jovens, até o dia em que nos olhamos no espelho e notamos que mudamos tanto que já não nos reconhecemos.
Mas se esse momento chega é porque vivemos muito. Tivemos o privilégio de conquistar vitórias em longas batalhas, cair, levantar, vencer distâncias.
Na soma de perdas e ganhos, quem vive 80-90 anos ou mais, ganhou muito, deixou um legado, ainda que o mundo não o conheça, que só a família tenha usufruído de sua presença.
Essas divagações são provocadas pela partida de Silvio Santos, mas poderia ser uma outra pessoa, anônima como tantas outras, que viveu muito e cuja passagem nem é notada...
ASSUNTOS: etrnidade, Sulvio Santos
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.