A ideologia dispensável do candidato da direita em Manaus
Os candidatos Alberto Neto (PL) e David Almeida (Avante), têm menos de 20 dias para mostrar ao eleitor porquê chegaram ao segundo turno. Qualquer viés ideológico na disputa será mera distração de problemas que o futuro prefeito terá que enfrentar: uma cidade que cresce horizontalmente, com demandas por creches, transporte, asfalto, hospitais, segurança, habitação, empregos, serviços de esgoto, água e energia.
O discurso ideológico, anunciado por Alberto Neto, é um desvio proposital do verdadeiro debate público, de inclusão dos cidadãos nas propostas que necessariamente deverão ou deveriam ser apresentadas.
O eleitor pode simpatizar com Bolsonaro ou com o presidente Lula, mas esses atores são dispensáveis numa disputa onde o que vale é o compromisso dos candidatos com Manaus e suas demandas.
Quem tentar se ancorar num desses personagens estará fugindo da missão conferida pelo eleitor, ao selecionar David e Alberto para disputar o segundo turno.
Ao chamar para o centro da disputa o ex-presidente Bolsonaro, Alberto Neto tem uma percepção equivocada da votação que obteve no primeiro turno: de que o ex-presidente, com o prestígio que tem, o catapultou para a posição atual, quando a dívida do candidato é com o eleitor que, com razão, agora se sente reduzido a uma manada.
Ao tempo em que se auto desvaloriza, Alberto diminui o eleitor que votou nele.
ASSUNTOS: Alberto Neto, Bolsonaro, David Almeida, extrema direita, Ideologia, Lula, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.