Impeachment e jogo de poder
Ao ser acolhido parecer da Procuradoria da Assembleia Legislativa pela abertura do processo de impedimento do governador Wilson Lima e de seu vice, Carlos Almeida, começa um jogo de poder que se estenderá por longas semanas, ou meses. No final, o governo vai ficar com quem tiver talento para o exercício da administração pública.
O que teve início nesta terça-feira, com a aceitação da denúncia contra o governador e seu vice, foi um jogo com três atores no mesmo palco. Um sabe dançar em um mundo de oportunidades que caiu em suas mãos e ele tornou pequeno; o outro não conseguiu enxergar ainda as oportunidades que a vida lhe oferece, e o terceiro precisa exercer a paciência e ter senso de oportunidade para tomar decisões sem usar o fígado, porque é um jogo que lhe favorece.
Não tem torcida , mas tem menos obstáculos pela frente.
É o favorito, não porque a torcida na arquibancada o apoie, mas porque até aqui cometeu menos falta, menos infrações e não foi penalizado.
Os gandulas que serão escalados para pegar as bolas jogadas fora de campo, vão atirá-las em seus pés. Se tiver talento, como dizem que tem, pode aproveitar e fazer o gol da sua vida.
Mas o jogo não termina aí. A política tem sido uma tragédia. Com a rapidez com que eleva, promove, dá status e reconhecimento, ela empurra alguns atores para a lixeira.
Quem sair vitorioso desse jogo tem que separar o público do privado, governar para a sociedade, não para os amigos. Olhar o Estado e apontar caminhos. Restituir ao Poder Executivo o respeito e a dignidade perdidos.
ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, Carlos Slmeida, deu positivo, José Netom impeachment, wilson lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.