'Inteligência' de Bolsonaro não funciona
O serviço de inteligência “pessoal” do presidente Bolsonaro vai de mal a pior. Não conseguiu se antecipar a uma operação autorizada ainda em maio pelo ministro Alexandre de Moraes e deflagrada nesta terça-feira contra grupos aliados do Planalto. Nem mesmo o Gabinete de Segurança Institucional, comandado pelo general Augusto Heleno, conseguiu prever a operação. Até a Agência Brasileira de Inteligência, capitaneada por Alexandre Ramagem, preferido do presidente no sistema de informações, passou batida.
Bolsonaro poderia repetir agora o que disse na reunião que manteve com seus ministros em maio: “Os serviços de informação, nossos, todos, estão uma vergonha, vergonha, e eu não sou informado! E não dá para trabalhar assim, fica difícil. Por isso, eu vou interferir e ponto final!”. Pela surpresa que a operação desta terça causou, nada conseguiu.
O presidente, ao que tudo indica, foi surpreendido com a informação de que seus principais aliados estavam sendo alvos de busca e apreensão.
O fato positivo é que a Polícia Federal continua sendo uma Policia de Estado, não de governo. Ou informações teriam sido vazadas e a operação não teria o êxito que teve.
Ainda há saída para o presidente: ou ele para de comportar-se como um grande tolo que um dia sonhou ser ditador do Brasil, ou começa a governar com base nos princípios que norteiam a democracia , com respeito aos poderes e à Constituição.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.