Justiça Eleitoral sairá menor desta eleição
ouça este conteúdo
|
readme
|
O presidente Bolsonaro praticamente colou no ex-presidente Lula e a campanha dos dois candidatos chega à reta final sem favorito. Bolsonaro alcançou Lula (as pesquisas dão empate técnico) procurando atalhos e, de certa forma, trapaceando. As fake news são o maior exemplo de trapaça nesta eleição. O jogo sujo do presidente atropelou a verdade, estourou as bolhas e seus gafanhotos contaminaram o país.
O pior ainda não aconteceu. A possibilidade de Bolsonaro vencer a eleição é grande. Mas vencendo, qual será a atitude de um tribunal amorfo diante de uma enxurrada de ações mostrando os crimes cometidos e aos quais, ao longo da campanha, praticamente ignorou?
Provavelmente silenciará diante de um homem que teria acumulado um poder imenso, conferido pelas urnas e multiplicado nas ruas pelos seus seguidores.
Uma vitória de Bolsonaro colocará o TSE em posição delicadíssima diante do acúmulo de ações de Lula contra o presidente, mostrando os crimes cometidos durante a campanha e que apontam para a cassação de mandato.
Esse seria o pior cenário para o TSE, mais do que eventual vitória de Lula.
Conter um Bolsonaro derrotado, por mais que seus seguidores tomem as ruas em protesto, será mais fácil do que enfrentar um homem com imensa ficha de violação das normas vigentes, mas com poderes renovados e com a determinação de mudar as regras do jogo democrático.

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.