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Como criminalizar enfermeiros que trabalham e não recebem seus salários?


Por Raimundo de Holanda

16/12/2019 23h39 — em
Bastidores da Política



O domingo foi de protesto de mães que não tiveram a assistência de enfermeiros ou auxiliar de enfermagem na maternidade Ana Braga. Mas também foi o dia de protesto para os profissionais que estão há três meses sem receber seus salários e que têm crianças para sustentar.

Qual dos dois lados é culpado pela situação? Certamente nenhum. Ambos são vítimas de uma gestão equivocada na área da saúde e que tem custado muitas vidas.

O enfermeiro e o técnico de enfermagem são trabalhadores que tem direito ao salário mensal, sem atraso. Assim como a mãe que vai ao hospital dar à luz tem direito a ser atendida com dignidade. Mas quem trabalha  tem que ter salário, E isso é elementar. 

Recorrer à justiça para criminalizar enfermeiros e técnicos que faltaram ao trabalho, como quer fazer o Estado, é negar a dignidade que eles têm, de resistir a ideia de submetê-los a trabalho forçado, similar ao trabalho escravo, aliás um crime previsto no Artigo 149 do Código  Penal. É preciso olhar os dois lados - enfermeiros e pacientes - ambos vítimas do descaso de vários governos.

 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.