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Lula nunca esteve tão parecido com Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

26/03/2023 20h57 — em
Bastidores da Política



Parece repetição da coluna anterior, mas não é.

Seguidores do presidente Lula têm buscado justificar as declarações feitas por ele ao site 247 sobre a sua obsessão, enquanto preso, de  “foder” o ex-juiz e atual senador  Sérgio Moro. A tese agora é de que o presidente já sabia de uma armação de “lavajatistas" para supostamente “sequestrar Moro”. A matéria completa esta no revista eletrônica Conjur.

A narrativa é frágil e suspeita. Lula fez o desabafo  um dia antes de estourar a operação que prendeu o grupo que tramava o sequestro de Moro. Se a nova narrativa de que o presidente sabia de uma eventual armação  que resultaria na encenação de um sequestro,  cometeu uma falta grave.  Pior, repetimos, desqualificou uma investigação séria da Polícia Federal e do Ministério Público. E Não explica porque a operação que prendeu os que tramavam o sequestro - membros da organização Primeiro Comando da Capital - foi elogiada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

O pior de tudo é o envolvimento de uma facção criminosa na política. O sequestro de Moro e outras autoridades só não foi consumado porque houve uma delação de um criminoso e uma forte e eficiente investigação da Polícia Federal e do Ministério Público.

O fato é que Lula tem metido os pés pelas mãos:  estimula a divisão de forças no Parlamento - com a oposição cada vez mais municiada de informações  que podem comprometer seu governo; como na economia, onde nomeia um ministro, mas quer, ele mesmo, tomar decisões.

Na prática, Lula nunca pareceu tanto com Bolsonaro. Pior, não permite que o povo esqueça o ex-presidente, que era como ele, meio sem noção.

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ASSUNTOS: Bolsonaro, Lula, Moro, MP, PCC, PF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.