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Maconha para todos


Por Raimundo de Holanda

04/03/2024 19h21 — em
Bastidores da Política


  • Falta conhecimento, falta ouvir cientistas, falta consultar a sociedade, falta um debate minimamente inteligente em torno da descriminalização do porte e uso de drogas, sem os achismos que está se vendo…
  • É interessante analisar o comportamento dos ministros do STF e o quanto desconhecem o tema, que não pode ser discutido com essa superficialidade toda, essa falta de noção do que é o tráfico de drogas e como essa estrutura criminosa se alimenta.

Partindo do princípio elementar de que quem compra droga o faz para consumo pessoal, é uma contradição medida em análise no Supremo Tribunal Federal que permite uso e porte de maconha para consumo. Os ministros caminham para a descriminalização, apesar de divergências pontuais sobre a quantidade de droga que pode ser naturalmente transportada, sem que o portador seja enquadrado como traficante.

O entendimento até aqui é que apenas os produtores de drogas e os que a comercializam devam ser tratados como traficantes. Ora, a coisa é tão bizarra que parece pouco importar para as autoridades onde e como o consumidor  adquiriu a droga. Importa que ele carregue uma ‘quantidade mínima aceitável’. 

De acerta maneira, medidas como esta incentivam o tráfico, tonificam um mercado já promissor e alimentam o vício.

É interessante analisar o comportamento dos ministros e o quanto desconhecem o tema, que não pode ser discutido com essa superficialidade toda, essa falta de noção do que é o tráfico e como esse tipo de medida é nociva à sociedade. 

 Luiz Roberto Barroso, por exemplo, propôs 25 gramas de maconha como porte permitido. Alexandre de Moraes foi mais além. Acha que os usuários podem portar até 60 gramas. Quer dizer, falta conhecimento, falta ouvir cientistas, falta consultar a sociedade, falta um debate  minimamente inteligente… 

 

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ASSUNTOS: descriminalização, droga, Maconha, STF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.