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Manaus luta contra o isolamento


Por Raimundo de Holanda

09/05/2024 21h05 — em
Bastidores da Política


  • É louvável a iniciativa do governo do Amazonas em antecipar medidas que visam minimizar a estiagem dos rios da região - Solimões, Amazonas e Negro - assegurando a trafegabilidade durante a vazante. Mas há riscos ambientais que devem ser considerados. Onde colocar os sedimentos sem afetar o ecossistema ou comprometer populações ribeirinhas que dependem da qualidade da água e da pesca?
  • Essas situações, aparentemente secundárias diante da necessidade de manter a economia circulando e blindando Manaus de um isolamento que seria fatal, precisam e devem ser repensadas sob risco de provocar desastres ambientais sem precedentes.

Óbvio que se deseja o melhor para o Estado e se espera que o governo faça o que está fazendo: antecipando medidas saneadoras de crise. Mas essa é uma questão que não pode fugir ao debate público. Discutir com a sociedade apenas ajuda a melhorar o desempenho do governo e legitima medidas que são benéficas em momentos de crise, mas têm efeito colateral de longo prazo. E é toxico, se mal administrado. 

A previsão é de uma seca histórica. Sem ceder ao alarmismo, é preciso considerar que se a vazante for superior a do ano passado, quando o nível do rio Negro chegou a 13,59m, e bater os 11 metros, a dragagem se tornará mero paliativo ou mesmo inútil. Primeiro porque a seca do rio Negro é consequência da vazante no Amazonas e no Solimões. 

A saída, talvez com menos riscos de danos ambientais e com a segurança de que a economia continuará circulando, alimentando as fontes de emprego, produção e renda, é ainda o asfaltamento da BR 319. Talvez esteja próximo  o dia em que, diante de um quadro crítico, o governo federal se penitencie por ter colocado tantos obstáculos à  conclusão da rodovia. Mas aí será tarde

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ASSUNTOS: Manaus, Rio Amazonas, rio negro, Rio Solimões, seca na amazônia

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.