Manaus merece bons políticos, mas estão em falta
Manaus vive um momento de reconstrução após as fortes chuvas dos últimos dias, o que vai exigir união de Estado e Município no processo de recuperação de ruas, pontes e atendimento às famílias desabrigadas. O que se observa, entretanto, são ações isoladas, sem uma aparente compreensão de um problema que exige troca de informações e um projeto comum do governo estadual e da prefeitura.
A 517 dias da próxima eleição, parece importar mais um projeto de poder antecipado - com a dança de partidos e o anúncio de pretensas candidaturas - do que um engajamento dos poderes Legislativo e Executivo na busca de solucionar problemas que podem se repetir no próximo inverno.
Que se critique anos de indiferença com o crescimento desordenado da cidade, o aterramento de dezenas de igarapés, a conivência quando não o incentivo descarado com invasões. Mas o momento é de união, inclusive do despertar de um Legislativo amorfo, despreparado para encarar desafios e contribuir com a cidade. Para isso os vereadores foram eleitos, empossados, diplomados. Mas estes são títulos provisórios. Podem ser retirados pelo eleitor na próxima eleição.
Manaus merece bons políticos, que estão em falta. Merece uma maior integração entre governo Estadual e Prefeitura - que parecem cada vez mais distantes. Merece porque concentra número substancial da economia, mais da metade do eleitorado, mas vem se transformando numa grande favela, com problemas que, jogados para frente, nunca serão resolvidos.
ASSUNTOS: Amazonas, chuvas, desabrigados, enchente, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.