Manaus quer menos violência e mais presença do Estado
A Polícia sempre chega depois que o crime acontece. E não poderia ser diferente.Por sua natureza, a força policial é ostensiva. Preventiva é a ação social, que não existe no atual governo. Essa ausência do Estado provocou um vácuo de autoridade logo ocupado pelas organizações criminosas, que impõem suas próprias leis, disseminando o terror em áreas pobres, como Compensa, Alvorada, Monte Horebe e Cidade das Luzes. Desses lugares sai a cocaína que abastece as 2,5 mil bocas - como são chamados os pontos de venda de drogas espalhados nos bairros de Manaus, ou nas “reves”, onde a droga é vendida em campo aberto.
O problema é que o tráfico é visto como um fenômeno intangível - sabe-se quem distribui a droga, quem vende , onde vende, quem consome, quem financia (?). Mas este um mundo misterioso, com muitos tentáculos…
Na periferia pobre de Manaus o que existe na realidade é o medo generalizado. Uma população ‘acuada’ por grupos de poder que vão do crime organizado à ausência do estado, que deveria estar ali para protegê-la.
Está na hora de se lançar um novo olhar para a segurança pública. Menos violência e mais presença do Estado levando oportunidades reais, com menos propaganda e mais ação humana.
ASSUNTOS: comando vermelho, fdn, Manaus, tráfico de drogas, viver melhor
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.