Manaus: sete homens e um destino
A eleição deste ano não vai definir o destino de Manaus, mas do vencedor. Manaus seguirá como está, independentemente de quem vencer, buscando um caminho, tentando sobreviver como metrópole isolada em meio a uma floresta, a rios que secaram e a uma rodovia interditada.
Vencer esse isolamento não depende da eleição, depende de um esforço coletivo que envolve políticos, empresários, igrejas, cidadãos que se importam com o local onde vivem.
Quem vencer - dos sete que estão na disputa - pode fazer um esforço para aproximar as diversas correntes e fazer um governo voltado para a união - o que será difícil em razão das divisões existentes e do fato de que alguns que falam manso e em democracia, na verdade apostam no quanto pior, melhor.
Lógico que da eleição sairá um homem com a capacidade de dialogar, de estabelecer uma relação minimamente republicana com o governo estadual e trabalhar para romper esse isolamento da capital.
Se não houver um esforço conjunto para tornar a BR 319 trafegável, a cidade sofrerá com o abastecimento de alimentos num futuro não muito distante, porque os rios estão secando não apenas por causa do período de verão e de pouca chuva. Estão secando em razão de outros fatores - de mudança do clima e do Planeta.
Isso acontece a cada milhão de anos e pode estar acontecendo agora. Nada que se possa fazer, a não ser amenizar, focar no que é possível e está às mãos.
ASSUNTOS: Amazônia, BR 319, eleição 2024, estiagem, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.