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Marina enfraquecida, Lula refém


Por Raimundo de Holanda

24/05/2023 20h36 — em
Bastidores da Política


  • Ao modificarem a Medida Provisória 1.154/2023, os parlamentares cruzaram simbolicamente a Praça dos Três Poderes e sentaram na cadeira do presidente. Estão decididos a governar.

Lula perdeu a batalha de sua vida na Comissão Mista do Congresso que redesenhou seu governo nesta quarta-feira. Foi uma mexida radical, quase uma intervenção  do  Legislativo num Executivo desorganizado, sem prumo, sem base e sem proposta exequível para o País.  Ao modificarem a Medida Provisória 1.154/2023, que reestrutura 31 ministérios e seis órgãos com status de ministério, os  parlamentares cruzaram simbolicamente a Praça dos Três Poderes e sentaram na cadeira do presidente.  Estão decididos a governar.

O principal alvo dos congressistas foi a ministra Marina Silva, que viu o Ministério do Meio Ambiente encolher.  Deixa de controlar o Cadastro Rural, que agora vai para o Ministério da Gestão. Cidades comandará a administração de resíduos sólidos, enquanto a Agência Nacional de ‘Águas passou para o Ministério da Integração e Desenvolvimento. E não  ficaram aí as alterações, que ainda dependem de votação do Plenário, mas praticamente sem  chances de reversão. 

O que fez os congressistas se rebelarem foi a postura de Marina Silva, uma ambientalista convicta que obstaculizava  projetos de desenvolvimento, especialmente na Amazônia. Terminou  se transformando no calcanhar de Aquiles de Lula, o mesmo Lula que Marina disse em 2018 que não passava de “um corrupto”, além de ter apoiado o  impeachment da ex-presidente Dilma, ato que Lula ainda hoje chama de “golpe”.  

Como ter uma “golpista” ao seu lado? E Mais: comandando uma das pastas mais  importantes do seu governo ? Deu no que deu.

Lula, desde a formação do governo, ainda em dezembro do ano passado, foi aconselhado a não nomear Marina. Não ouviu. Sai enfraquecido de um episódio cujo desfecho era previsível. 

As apostas é que, ou entrega o governo de uma vez ao Centrão, como fez o antecessor Bolsonaro, ou terminará tristemente uma carreira que ganhou sobrevida após uma ressurreição inesperada por obra e graça do ministro do STF, Edson Fachin… O resto é história e  você, leitor, sabe…

 

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ASSUNTOS: Amazônia, Congresso Nacional, Ibama., Lula, Marina Silva, meio ambiente

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.