Matança de civis em Manaus é um desafio ao sistema legal
A matança de civis começa a ser ‘aplaudida’ nas redes sociais como um ato de heroísmo. Como se o País não tivesse um sistema legal, com capacidade de prender, julgar, absolver ou condenar seus cidadãos.
O fato é que a Polícia perdeu o freio e a tênue fronteira que permite definir que tipo de cidadão é abordado na rua ( se um bandido ou um homem de bem ) pode ser a qualquer hora rompida.
Paradoxalmente, a matança ocorre em um momento em que um defensor público, garantidor dos direitos do cidadão, assume interinamente o governo.
Nesse vácuo de autoridade o Coronel Norte faz suas próprias leis. Segundo ele, o tratamento de quem resiste a uma abordagem policial é o 28 de Agosto ou o IML.
Nos becos do Crespo, Betânia, Monte Horebe ou Cidade das Luzes homens e mulheres têm vidas diferentes, mas todos parecem tão iguais…Como distinguir um bandido de um não bandido ?
Assim, o governo rasga as políticas de segurança pública e a polícia rompe a linha que deveria separar a defesa da cidadania do combate à criminalidade. O bem e o mal se confundem no caos.
ASSUNTOS: comando vermelho, confronto da PM com bandidos, coronel norte, Família do Norte, polícia militar
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.