Mendicância cresce em Manaus
- É fato que existe alguma coisa errada. O crescente número de mendigos nas ruas de Manaus contradiz as estatísticas que apontam para a redução da pobreza.
- Constrange a indiferença das autoridades com o problema, visível a olho nu.
- A permanência desses pedintes nas ruas legitima a desconfiança de que o dinheiro do contribuinte é mal gasto ou não chega às famílias que necessitam de auxílio
A mendicância nas ruas de Manaus é crescente e aponta para o fracasso das políticas sociais do governo - nos diversos níveis - que gasta muito e o resultado aparece apenas em estatísticas desmentidas pelos fatos: sinais de trânsito, porta de drogarias e supermercados com mendigos pedindo esmolas - alguns portando placas com dizeres: "tenho fome, me ajude".
É possível que muitas dessas pessoas estejam inseridas nos programas governamentais e suas necessidades sejam além do que lhes é transferido, mas não explica a indiferença das autoridades com o problema.
A permanência desses pedintes nas ruas legitima a desconfiança de que o dinheiro do contribuinte é mal gasto ou não chega às famílias que necessitam de auxílio.
No ano que passou a Prefeitura de Manaus beneficiou com auxílio mensal de R$ 150, cerca de 300 mil famílias, com gasto estimado em R$ 98 milhões. O governo estadual investiu R$ 450 milhões, também beneficiando 300 mil famílias com R$ 600 mensais.
Já o governo federal foi mais generoso com o dinheiro do contribuinte: destinou R$ 6,8 bilhões para 276 mil famílias inscritas no bolsa família somente em Manaus, que receberam auxílio de R$ 703,98 mensais (valor médio).
É fato que existe alguma coisa errada. Contradiz as estatísticas, que apontam para a redução da pobreza, o retrato das ruas de Manaus, com o crescente número de mendigos, famílias inteiras acompanhadas de crianças, inclusive com doenças terminais, expostas ao sol e à chuva.
Constrange a indiferença das autoridades com o problema, visível a olho nu.
ASSUNTOS: auxilio manauara, Bolsa Família, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.