Os militares  falam em intervenção. Na verdade sonham com um novo golpe, sem olhar o estrago que fizeram no Brasil pós 64. Agora generais da reserva se atrevem a ameaçar o Supremo Tribunal Federal. Não aprenderam a respeitar a Constituição, que sempre colocaram em  segundo plano. Estão aí os relatos de tortura, centenas de desaparecidos, obras bilionárias inacabadas, inflação alta, país endividado e corrompido.

O Brasil também  parece não ter aprendido. Há vozes da sociedade civil dando eco a devaneios como do general da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa,  para quem, se o STF deixar Lula solto, estará agindo como "indutor" da violência,  e se permitir que ele se candidate(...)"não restará outra alternativa do que a intervenção militar.”

 O problema do Brasil foi não encarar de frente os militares, denunciar seus erros e punir  seus crimes.  Acenou com o perdão e hoje o que eles fazem? Ameaçam outra vez.

É possível um golpe hoje ?  Em 64 os militares contaram com apoio civil.  Não teriam tido êxito em sua ofensiva contra o Estado de Direito sem  aliados como os Marinhos, donos de O Globo, dos  governadores de Minas Gerais, Magalhães Pinto; de São Paulo, Adhemar de Barros; do Paraná, Ruy Braga;  da Guanabara (RJ), Carlos Lacerda; do então presidente do Congresso, Moura Andrade e outros parlamentares.  

Hoje contam com piratas das redes sociais e um grande número de brasileiros da nova geração, que não sofreu com os desmandos de governos autoritários.  É possível sim.

Por isso se espera do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira, uma resposta a altura, decidindo com independência a questão fundamental em jogo neste momento: se vale o preceito constitucional de que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, e portanto,  os condenados em segundo grau poderão recorrer em liberdade. 

Mais que isso: se é correto o Supremo abrir mão de ser a última instância, o último recurso de quem teve a liberdade cerceada.

A HISTÓRIA DENUNCIA

Em Editorial  que se tornou uma bajulação histórica  aos militares, OGlobo apoia em 1 de abril de 1964 o golpe contra a democracia. O resultado foi danoso para  o País e para a liberdade de todo um povo.  Essa história malfazeja não pode se  repetir. Nunca mais !

LAVA-JATO PRORROGA

Por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, a Polícia Federal terá mais 60 dias de prazo para realizar mais investigações em torno de suposto uso ilegal de recursos financeiros da Construtora Odebrecht envolvendo o  deputado federal Alfredo Nascimento (PR).