Miséria amazônica montada em cima de riqueza
Os EUA, durante o governo Joe Biden, já manifestavam interesse em comprar minerais críticos do Brasil - especialmente o nióbio, cuja maior reserva, ainda inexplorada, fica no Município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas.
Mas era um assunto que interessava apenas à Companhia Brasileira de Metalúrgica e Mineração (CBMM), que explora o minério em Minas Gerais.
Agora, com a forte política expansionista do governo Trump e seu interesse em trocar o apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia por minerais raros, o assunto inundou as redes sociais e chama a atenção para uma preocupação: como proteger as reservas brasileiras de nióbio no Amazonas, já que ficam em reserva indígena onde atuam Ongs internacionais com objetivos obscuros?
O nióbio é ao mesmo tempo muito raro, mas explorado de forma racional em razão de seu preço. Quanto maior a oferta, menor o valor no mercado internacional. Mas é uma reserva estratégica do Brasil e com a qual os EUA já manifestaram preocupação com a segurança.
Não cuidar de explorá-la no Amazonas (são 2,9 bilhões de toneladas) é fechar os olhos para duas coisas: 1- a indiscutível miséria em que vivem os indígenas, que poderiam estar lucrando com a exploração; 2 - a segurança da região.
É cada vez maior o risco de invasão, considerando especialmente a política predatória e expansionista do novo governo dos EUA, focado na busca de terras raras mundo à fora. O alerta está dado.
ASSUNTOS: Amazonas, Brasil, EUA, Nióbio, Terras Raras, Trump

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.