Moraes, uma solução ou um problema para a democracia no Brasil?
- Há uma reação de um contingente muito representativo da sociedade brasileira contra o ministro Alexandre de Moraes. Há evidentes excessos de sua parte e há um poder em suas mãos que se tornou perigoso, inclusive para o que ele diz defender: a democracia.
O presidente Lula insiste em dizer que o ministro Alexandre de Moraes salvou a democracia (e seu governo, é óbvio), naquele 8 de janeiro, quando vândalos invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Mas aí vem uma pergunta básica, elementar: não havia governo legitimamente constituído? Lula não era o presidente empossado sete dias antes e no exercício da atividade? Com o então ministro da Justiça (Flávio Dino), que hoje é ministro do Supremo, acompanhando todo o movimento dos vândalos?
Por que Moraes teria que tomar as atitudes que tomou para, no dizer de Lula " salvar a democracia?"
Não era o Lula e seu ministro da Justiça que deveriam ter agido? Tem alguma coisa erada nesse enredo e cabe ao governo explicar, admitindo que ou foi pego de surpresa ou não foi competente para prever o que aconteceria, quando havia sinais evidentes de uma rebelião.
Parece muito claro agora que Moraes, por razões que ainda são um mistério, foi incumbido de agir pelo governo. Por que ? Essa uma resposta que será conhecida com o tempo, que não tem sido complacente como o Ministro.
Há uma reação da sociedade contra ele, há evidentes excessos de sua parte e há um poder em suas mãos que se tornou perigoso, inclusive para o que ele diz defender: a democracia.
Moraes tem sido tão radical quanto a direita se apresenta. Tão antidemocrático quanto Maduro na Venezuela, prendendo e abusando de suas prerrogativas, sem oferecer aos acusados direitos basilares, como o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório. Pior, se tornou a polícia do Brasil. Ou o dono da polícia, o juiz e o carcereiro.
Não quer encerrar os inquéritos das fake News e dos atos antidemocráticos. Há nesse comportamento uma dose de vaidade, autoritarismo, e de chancela ao desrespeito ao estado de direito.
No dia 7 de setembro, mais uma vez terá a cabeça exposta. Dia menos dia cai por decisão democrática do Senado, num necessário processo de impedimento, que está anda muito atrasado e esse atraso faz mal ao Supremo e ao país.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.