Moro se defende com o mesmo argumento de acusados na Lava Jato
O Ministro Sérgio Moro vem sendo lentamente desidratado pelas revelações de chats privados que mantinha com membros da 'Lava Jato'. A versão do ministro, até agora, não é de desmentido, mas de que essas conversas com procuradores publicadas pelo site 'The Intercept' poderiam estar fora de contexto. Curiosamente é o mesmo argumento dos acusados pela Força Tarefa comandada por Dalton Dallagnol, e que foram alvos de escutas, algumas das quais vazadas por Dallagnol e pelo então juiz.
A busca de desconstruir as informações repassadaS ao 'The Intercept' foram atomizadas pelo Jornal Nacional nesta quarta-feira, quando a Globo deu destaque a uma nota de procuradores federais, na qual defendem a tese de que “diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores”. A nota é pobre e equivocada, maculada pelo corporativismo. Faz um juízo de valor antes de uma investigação séria e isenta.
A desconstrução não pode vir com palavras. Apenas uma investigação independente poderá revelar onde está a verdade.
TODOS OS HOMENS DO GOVERNADOR
Um projeto de lei enviado pelo governo e aprovado ontem pela Assembleia Legislativa regulamenta a guarda pessoal do governador Wilson Lima com 20 oficiais PMs e 80 soldados, e de seu vice Carlos Almeida com 6 oficiais e 40 soldados. No total são 146 PMs para dois homens.
Com uma tropa de 9 mil homens, o Estado possui em média um policial militar para 445 habitantes. O efetivo dos gabinetes do governador e do vice atenderia 64.970 habitantes.
O número do efetivo ‘assustou’ até deputados da base aliada e para a oposição “isso é praticamente uma guarda pretoriana, digna dos imperadores romanos”.
Mas segundo o líder ‘não oficial’ do governo, Dr. Gomes, esses homens todos não ficam no gabinete da Compensa: “Se alguém for lá só vai ver um soldado na porta”. Onde trabalharão?
ASSUNTOS: Dalton Dallagnol, Lava Jato, sergio moro, The Intercept
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.