Era  2016. Sérgio Moro, o então irrepreensível e insuspeito juiz da 13a Vara Federal em Curitiba, fez uso de  uma escuta (não autorizada) entre Dilma e Lula, na qual a presidente à época  avisa que encaminhou para Lula  o termo de posse para ele assumir como ministro da Casa Civil. Moro se apressou em  determinar o levantamento do sigilo do processo contra o ex-presidente, inclusive da gravação que revelava que ele seria indicado para a Casa Civil.

MEDIDA ILEGAL O caso era relevante porque Lula, com a posse, adquiriria foro especial e evitaria a prisão.  O juiz Moro fez uso  ilegal de  uma prova, mesmo que o grampo  tenha sido autorizado e suspenso horas antes dessa gravação.   Quer dizer, foi ilegal, não importa quem a produziu - se um Hacker  ou um grupo de federais.

SEM ISENÇÃO Agora Moro quer destruir o material colhido em operação que identificou um grupo de rapazes que conseguiu entrar nas contas dele  mesmo e de procuradores da Lava jato no Telegram. Com que intenção?  Moro é suspeito - e é duro dizer isso  de um juiz transformado em herói por um povo cansado da corrupção, mas crente de que ele agia respeitando regras e com a necessária isenção.

VAIDADE DE MORO O tempo vem mostrando que muita gente errou. E talvez Moro tenha errado mais ainda pela vaidade, pela ambição, pelo estrelismo, pelos aplausos que recebia nas ruas, pelos mimos de políticos vassalos e corruptos, pelo afago da opinião pública que agora se afasta dele.

FALSO HERÓI Acreditou-se em um falso herói, que não hesitou em usar a força da mangueira da  Lava Jato para espirrá-lo direto da 13a Vara Federal em Curitiba para o posto de superministro do governo Bolsonaro.

FICOU CEGO O que espanta é como  juiz e procuradores da Lava Jato se deixaram grampear. Logo eles… acostumados a solicitar grampos de “pessoas suspeitas”. E agora no rol dos suspeitos, de agirem sem isenção, de lucrarem com palestras.  E o juiz, de conduzir e  interferir nas investigações.

PROVAS Agora Moro quer destruir provas que o incriminam. São provas tão ilegais quanto aquelas nas quais Dilma fala para Lula de que o termo de posse como chefe da casa civil está a caminho…