'Mortes por intervenção de agentes do Estado'
- A estatística é importante e o fato de ser exposta como vem sendo abre espaço para um debate público que pode apontar caminhos para uma sociedade mais tolerante.
Entre janeiro e fevereiro foram registrados 188 homicídios no Amazonas, contra 203 no mesmo período do ano passado. A queda, embora comemorada pelo governo, é pequena. Não reflete uma política de segurança eficaz, nem uma mudança de comportamento da sociedade.
As pessoas estão cada vez mais agressivas e isoladas. O medo de ser atacado contribui para comportamentos violentos.
Os dados de indicadores criminais deste ano da Secretaria de Segurança Pública trazem uma novidade: mortes causadas pela intervenção da polícia - até 2023 era um registro embutido numa regra geral e agora, contabilizado separadamente, pode revelar o grau de letalidade ou não do aparelho policial.
Denominado eufemisticamente de "mortes por intervenção de agente do Estado", o registro expõe dado preocupante. Em janeiro foram 2 mortes e em fevereiro 6.
A estatística é importante e o fato de ser exposta como vem sendo abre espaço para um debate público que pode apontar caminhos para uma sociedade mais tolerante.
Crimes de morte ocorrem muito mais por desentendimento entre vizinhos, briga nos bares, festas e disputas amorosas.
A questão é: por que as pessoas matam umas às outras, muitas vezes sem motivo aparente?
O assassinato da pastora e professora Eliane Feliz de Lima pelo pedreiro Romário Azevedo, em Careiro Castanho, a 50 km de Manaus, é uma daquelas tragédias que nem mesmo o autor, que assumiu o delito, soube explicar. Primeiro culpou a cocaína, e, em seguida o demônio. O pó e o diabo são claramente inocentes.
Romário tinha propensão para matar e o fez pelo desejo de possuir um celular
ASSUNTOS: Amazonas, Manaus, polícia, Segurança Pública
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.