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‘Não se torne o monstro que te feriu’


Por Raimundo de Holanda

19/02/2023 20h04 — em
Bastidores da Política



Procurei o autor da frase, enviada por um amigo, e não encontrei. Talvez um anônimo inspirado, tentando não abdicar de sua humanidade, da sua crença no semelhante, da sua inabalável convicção de que o ódio é destrutivo - abala  a nossa paz e a confiança nos semelhantes. A frase é : “Não se torne o monstro que te feriu”.

E todos os dias nos sentimos feridos. Monstros surgem no anonimato das redes sociais e  atingem nossa honra ou invadem nossa privacidade em ambiente público, empunhando celulares como armas que sabem destrutivas.

Ninguém é santo, mas ninguém precisa ser cruel, bárbaro, criminoso. É crime colocar o celular na cara de uma pessoa e ofendê-la. É um tipo e assédio que pode resultar em prisão.

É preciso que as pessoas entendam que esse tipo de comportamento é doentio, mas tem se tornado comum: é o político e o magistrado que não podem mais ir a um restaurante sem ser importunados, ou entrar num avião sem ser molestados, agredidos verbalmente. Esses criminosos precisam ser punidos com severidade.

O problema é como reagir. A intenção deles é sempre passar por vítimas. E aí reside o grande dilema: como não se tornar monstro iguais a eles, como frear os impulsos naturais a uma ação violenta? Como não reagir? Como ser tolerante?

Mas não podemos ser iguais a eles, porque é isso que eles  querem: nos tornar iguais, cruéis, banais, falsos, mesquinhos.

O sentimento que os acompanha é a inveja, o ódio, o ressentimento, a dor de nunca terem sido amados, a inveja de nunca alcançarem o que alcançamos. A infinita amargura de não ser nada, de não ser ninguém.

A frase ’Não se torne o monstro que te feriu” vale para todos. É oportuna. Está na ordem do dia em tempos de celulares e redes sociais…

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ASSUNTOS: Assédio Moral, crime e castigo, redes sociais

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.