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Negócios sujos envolvendo Jesus


Por Raimundo de Holanda

25/02/2020 20h33 — em
Bastidores da Política


  • Se Jesus voltasse agora, seria crucificado de novo? Claro que sim! Pelos cristãos e suas redes sociais. Os ‘justos’ providenciariam isso para que ele não interferisse em seus negócios sujos.

Nas formas mais inusitadas e também desencontradas, Jesus acabou sendo o astro do desfile de Carnaval 2020. E ainda entrou em foco fora da passarela do samba, com o decreto do governador do Rio, Wilson Witzel, proibindo a discriminação da homossexualidade.

O decreto provocou a reação imediata do pastor homofóbico Marcos Feliciano, para quem a norma atinge padres e pastores que pregam que homossexualismo é pecado ou doença.

No desfile da Mangueira, o guia espiritual dos cristãos foi representado de várias formas, como mulher, playboy, negro, gay. ‘Alegoria’ do ensinamento que diz: “todos são iguais perante Deus”.

Uma igualdade que cristãos evangélicos, e até católicos, regurgitam em nome de um senso de moralidade que não possuem. Pregam a filiação divina, excluídos os pecadores e os imorais.

No enredo de uma festa pagã, a verde-e-rosa reavivou uma discussão que se alonga há mais de 2 mil anos. A ‘volta’ de Jesus para julgar os homens, atirando os maus no fogo do inferno.

Mas, e se Jesus voltasse agora, seria crucificado de novo? Claro que sim! Pelos cristãos e suas redes sociais. Os ‘justos’ providenciariam isso para que ele não interferisse em seus negócios sujos.

Foto: Divulgação/Rafael Figueiredo

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ASSUNTOS: Bolsonaro, Cristãos, direita radical, igreja, jesus, marcos feliciano

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.