Negócios sujos envolvendo Jesus
- Se Jesus voltasse agora, seria crucificado de novo? Claro que sim! Pelos cristãos e suas redes sociais. Os ‘justos’ providenciariam isso para que ele não interferisse em seus negócios sujos.
Nas formas mais inusitadas e também desencontradas, Jesus acabou sendo o astro do desfile de Carnaval 2020. E ainda entrou em foco fora da passarela do samba, com o decreto do governador do Rio, Wilson Witzel, proibindo a discriminação da homossexualidade.
O decreto provocou a reação imediata do pastor homofóbico Marcos Feliciano, para quem a norma atinge padres e pastores que pregam que homossexualismo é pecado ou doença.
No desfile da Mangueira, o guia espiritual dos cristãos foi representado de várias formas, como mulher, playboy, negro, gay. ‘Alegoria’ do ensinamento que diz: “todos são iguais perante Deus”.
Uma igualdade que cristãos evangélicos, e até católicos, regurgitam em nome de um senso de moralidade que não possuem. Pregam a filiação divina, excluídos os pecadores e os imorais.
No enredo de uma festa pagã, a verde-e-rosa reavivou uma discussão que se alonga há mais de 2 mil anos. A ‘volta’ de Jesus para julgar os homens, atirando os maus no fogo do inferno.
Mas, e se Jesus voltasse agora, seria crucificado de novo? Claro que sim! Pelos cristãos e suas redes sociais. Os ‘justos’ providenciariam isso para que ele não interferisse em seus negócios sujos.
Foto: Divulgação/Rafael Figueiredo
ASSUNTOS: Bolsonaro, Cristãos, direita radical, igreja, jesus, marcos feliciano
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.