O ar irrespirável de Manaus
- A fumaça, que compromete o ar de Manaus provocou um novo confinamento, que se espera seja breve. Esforço físico, que é bom, nenhum - para preservar o pulmão e o coração. O que é algo frustrante para os casais. Como atender a parceira naquela hora da explosão, em que ela exige:”mais rápido, mais rápido!!”? É quando a paixão vira fumaça e a frustração com a qualidade do ar cresce.
Dois dias de chuva em Manaus, mas o ar permanece com a qualidade comprometida. Respirar ainda é possível, mas os danos à saúde são evidentes: a demanda por atendimento nos prontos-socorros cresceu, com crianças e idosos apresentando problemas respiratórios, o que projeta para o futuro um quadro ainda pior de saúde pública, com doenças cardíacas e pulmonares.
O que é possível fazer está sendo feito, com brigadistas se deslocando para as áreas mais críticas numa tentativa desesperada de eliminar os1.190 focos (segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de incêndio em todo Estado do Amazonas.
A fumaça vem da região metropolitana, por isso a chuva que cai em Manaus não tem sido suficiente para melhorar a qualidade do ar, que continua crítica.
A saída - para quem pode - é ficar em casa, trabalhar em casa, manter os filhos em casa. Um novo confinamento que se espera seja breve.
Esforço físico, que é bom, nenhum - para preservar o pulmão e o coração. O que é algo frustrante para os casais. Como atender a parceira naquela hora da explosão, em que ela exige:”mais rápido,mais rápido!!”? É quando a paixão vira fumaça e a frustração com a qualidade do ar cresce.
Quem culpar? Tem, sempre um culpado - a ausência de políticas públicas que possam ser aplicadas de forma a chegar a todos os cidadãos, aliadas a um processo de educação, de esclarecimento, de cuidado com o meio ambiente.
Mas quem pode ajudar e apenas critica? Os vereadores e deputados estaduais e federais, que poderiam destinar todos os recursos disponíveis para emendas parlamentares no esforço de combate aos focos de incêndio, mesmo aqueles recursos já comprometidos (que podem ser cancelados) e redirecionados para esse fim, em razão de uma situação grave de saúde pública. Por que não? O problema é que eles permanecem surdos, mas falam demais e procuram culpados. Continuam cegos, insensíveis. Têm parte da culpa.
ASSUNTOS: Amazonas, Amazônia, Floresta, fumaça em Manaus, incêndio
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.