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O ar irrespirável de Manaus


Por Raimundo de Holanda

15/10/2023 20h24 — em
Bastidores da Política


  • A fumaça, que compromete o ar de Manaus provocou um novo confinamento, que se espera seja breve. Esforço físico, que é bom, nenhum - para preservar o pulmão e o coração. O que é algo frustrante para os casais. Como atender a parceira naquela hora da explosão, em que ela exige:”mais rápido, mais rápido!!”? É quando a paixão vira fumaça e a frustração com a qualidade do ar cresce.

Dois dias de chuva em Manaus, mas o ar permanece com a qualidade comprometida. Respirar ainda é possível, mas os danos à saúde são evidentes: a demanda por atendimento nos prontos-socorros cresceu, com crianças e idosos apresentando  problemas respiratórios, o que projeta para o futuro um quadro ainda pior de saúde pública, com doenças cardíacas e pulmonares. 

O que é possível fazer está sendo feito, com brigadistas se deslocando para as áreas mais críticas numa tentativa desesperada de eliminar os1.190 focos (segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de incêndio em todo Estado do Amazonas.

A fumaça vem da região metropolitana, por isso a chuva que cai em Manaus não tem sido suficiente para melhorar a qualidade do ar, que continua crítica. 

A saída - para quem pode -  é ficar em casa, trabalhar em casa, manter os filhos em casa. Um novo confinamento que se espera seja breve. 

Esforço físico, que é bom, nenhum - para preservar o pulmão e o  coração. O que é algo frustrante para os casais. Como atender a parceira naquela hora da explosão, em que ela exige:”mais rápido,mais rápido!!”? É quando a paixão vira fumaça e a frustração com a qualidade do ar cresce.

Quem culpar? Tem, sempre um culpado - a ausência de políticas públicas que possam ser aplicadas de forma a chegar a todos os cidadãos, aliadas a um processo de educação, de esclarecimento, de cuidado com o meio ambiente. 

Mas quem pode ajudar e apenas critica? Os vereadores e deputados estaduais e federais, que poderiam destinar todos os recursos disponíveis para emendas parlamentares no esforço de combate aos focos de incêndio, mesmo aqueles recursos já comprometidos (que podem ser cancelados) e redirecionados para esse fim,  em razão de uma situação grave de saúde pública. Por que não?  O problema é que eles permanecem surdos, mas falam demais e procuram culpados. Continuam cegos,  insensíveis. Têm parte da culpa.

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ASSUNTOS: Amazonas, Amazônia, Floresta, fumaça em Manaus, incêndio

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.